O Grupo Escolar Capitão Mor Galvão, que se tornou um símbolo da educação e da cultura curraisnovense, funcionou de 1913 a 1958 no prédio que pertenceu ao filho do Capitão Mor Galvão.
Instaurada conforme os novos rumos sob os quais definia uma modernidade pedagógica, este grupo consistiu-se numa escola primária de caráter republicano, detentora da concepção de uma nova ordem urbana e de um novo viver em sociedade, cujo projeto político consistia em disciplinar, higienizar e civilizar.
Este Grupo Escolar teve como primeiro diretor o professor Francisco Gonzaga Galvão (1911-1913) e segundo o professor Gilberto da Cunha Pinheiro (1913-1947).
A Escola Normal Regional instalada no dia 09/05/1953, foi criada pela professora Esther Galvão, anexo ao Grupo Escolar Capitão Mor Galvão, respaldada na medida da Lei orgânica do ano de 1946, tornando-se um reduto de moças de classe média em busca de uma profissão, tendo funcionado até 1966, quando passou para o Instituto Vivaldo Pereira.
Atualmente a escola funciona no bairro Gilberto Pinheiro, à rua Moisés Galvão, possuindo um novo prédio construido por solicitação do Dr. Sílvio Bezerra ao governador do Estado do RN, cuja planta tem a forma da letra "E".
Foi esta arquitetada em Belo Horizonte por Dr. Otávio Vinícius Ráscol. A inauguração deu-se em 1958, contando com a presença do governador do estado o governador, o Elmo Sr. Dinarte Mariz, o prefeito Dr. Neófito Pinheiro Galvão e o Mons. Paulo Herôncio de Melo, abençoou as instalações. A professora Alda Aldira de Araújo (diretora), realizou o discurso de abertura, mostrando as atividades do Grupo Escolar Capitão Mor Galvão.
A partir da década de 60, o Estado Brasileiro estabeleceu com o processo de ensino a ideologia educacional voltado para a juventude, que constitui uma das responsabilidades mais graves do poder político, uma vez que supõe o preparo do jovem para a sua integração no meio social, como agente útil ao desenvolvimento no progresso da comunidade.
Nesta década o Professor Joabel Rodrigues, dirigiu o grupo (1964-1966), cujo cumprimento desse dever não se confinava ao favorecimento da matrícula nas escolas, exigia ainda um complexo de condições propícias para transformá-la num organismo apto a concretizar suas finalidades primordiais: formação moral, profissional cultural e cívica do homem de amanhã.
Neste período o aluno concluia o curso primário, cuja duração era de quatro anos, submetendo-se ao término do ano às provas finais, que vinham diretamento do Departamento de Educação de Natal. Estas eram realizadas no auditório do Grupo Escolar Cap. Mor Galvão. Concluído o 4º ano, o educando prestava o exame de admissão para ingressar no Ginasial.
Após a gestão do professor Joabel Rodrigues, assumiu a direção do Grupo Escolar Capitão Mor Galvão a professora Nelma Dantas. Neste período foi promulgada a Constituíção de 1967 e o Ato Institucional nº 5 de 13/12/1968, com a finalidade dos governos elaborarem programas de ação, planos decenais, programas estratégicos, que incluiam a educação em suas propostas de planejamento para o país.
Nesta década de 60, principalmente com a imposição militar de 64, o papel da escola modificou-se, deixando de enfatizar a cidadania, para buscar a formação do trabalhador, garantindo a dissolução de grupos, pensantes e questionadores, através da adoção de medidas tais como departamentos de ensino e sistema de créditos por disciplina.
Com a Lei nº 5.692/71, mudanças foram introduzidas: entre elas a ampliação e obrigatoriedade escolar para oito anos, com a fusão dos antigos cursos primário e ginasial (faixa etária 7 a 14 anos), eliminando-se assim, o excludente exame de admissão. Vale ressaltar que com estas mudanças o Grupo Escolar passa a chamar-se Escola Estadual Capitão Mor Galvão. Mais este será um outro capítulo desta linda história educacional curraisnovense.
Irene Maria de Medeiros
Professora Orientadora da Telessala
Pedagoga/Especialista em Tecnologias em Educação