domingo, 5 de outubro de 2014

Professora Irene Medeiros da E. E. Capitão Mor Galvão foi matéria na Plataforma do Letramento

Professores de diversas regiões do país relatam suas experiências de letramento inovadoras


Conexões entre educação, celular e cinema
A educadora potiguar Irene Maria de Medeiros, natural de Serra Negra do Norte (RN), mora em Currais Novos, a pouco mais de 170 km de Natal, região conhecida como Sertão do Seridó. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pós-graduada na área de Tecnologia em Educação e apaixonada pela educação, acredita que é possível aprender a aprender na sala de aula. “Na minha opinião, o surpreendente foi o fato de um simples celular fazer uma diferença enorme na produção de um filme. O que às vezes é o vilão na aula pode ser um instrumento de grande valor para o processo educacional.”

O prazer de educar na arte do fazer cinema, desenvolvido com uma turma do 3º ano do Ensino Médio noturno na Escola Estadual Capitão Mor Galvão, resultou, inesperadamente, de outro projeto desenvolvido no primeiro semestre de 2012. “Os trabalhos de seminário sempre são apresentados na sala em que atuo. Então sugeri aos alunos que não fizessem só slides e sim vídeos. Para a minha surpresa, um grupo produziu um curta-metragem com o celular na disciplina de Sociologia sobre o tema ‘meu voto consciente’.”

O vídeo ficou tão interessante que Irene inscreveu os alunos num concurso do Tribunal de Justiça estadual (TJRN) e eles conseguiram o 1º lugar. “Como estes alunos gostavam de filmar e o celular era um problema de disciplina na escola, resolvi sugerir a este grupo de alunos fazer um filme. Então, montou-se o projeto", conta a professora.

Realizar um projeto cujo resultado final é um filme não é fácil, principalmente quando não há recursos financeiros. Para o sucesso da iniciativa, foi necessário conquistar aliados. O primeiro parceiro foi a escola, aprovando as ideias e colocando, na medida do possível, materiais disponíveis para a execução das filmagens, fornecendo alimentação para os alunos, material para confecção das roupas, entre outros. Foram selecionados mais alunos para fazer parte da equipe. As filmagens aconteciam nos fins de semana, numa fazenda próxima à cidade, cujos proprietários também se tornaram parceiros. Assim nasceu o filmeA revolta de Lampião.

Mas o projeto não se limitou à produção do vídeo. A turma também produziu um DVD, convites, camisetas e banners para o lançamento do filme. Irene destaca como aspectos importantes da iniciativa a possibilidade de trabalhar com muitas linguagens, temas e conceitos em um único projeto, pois é desenvolvido o roteiro, há a interpretação, a filmagem, edição.

Como fatores impulsionadores de projetos criativos na escola, a educadora ressalta o papel do professor, mas valoriza também a humanização da escola e o desenvolvimento de uma consciência educativa, técnica e gestora.

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